quarta-feira, 30 de julho de 2008

Três momentos da minha infância




Tem coisas que a gente não esquece de jeito nenhum. Boas ou ruins, fazem parte da nossa história e estarão para sempre gravadas na mente. Gosto de lembrar alguns momentos que marcaram minha infância.
Nota: Brinquei de boneca até os 17 anos (a boneca mais famosa da época era a Susie e eu adorava fazer roupinhas pra ela – aliás, gosto de fazer roupinhas até hoje, mas finjo que é só pra agradar minha filha).

*Meu irmão era bem pequeno quando Sidney Magal estourou nas paradas de sucesso. O menino, então, subia no sofá da sala e imitava o ídolo, direitinho, com rebolados, caras e bocas. Dava vontade de morder aquele gurizinho de franjinha lisa, dançando e cantando Sandra Rosa Madalena, à la Sidney Magal....

*Morávamos perto de um estofaria, onde sempre sobrava espuma. Tiras de espuma de sofás que eram reformados. Pegávamos uma linha de costura da minha mãe e amarrávamos uma ponta na espuma e a outra no tornozelo.
Na casa onde morávamos tinha um corredor longo, que ficava muito escuro, se fechadas todas as portas. Íamos para lá e, depois que os olhos se acostumavam à escuridão, conseguíamos divisar só os vultos, uns dos outros. No chão, as espumas, que pareciam ter vida própria. Cobras, correndo atrás de nós! Dava um medo enorme, mesmo sabendo a verdade. Corríamos e gritávamos até cansar.

*Nos fundos da minha casa tinha um terreno acidentado, muito parecido com um precipício; era o que chamávamos, na época, de ‘pátio’. Também tínhamos o ‘caixão’; nome carinhoso dado à nossa televisão, que era muito grande e pesada, ainda em P&B, e onde assistíamos seriados como Perdidos no Espaço, Os Waltons, Bonanza, O Elo Perdido, Robinson Crusoé e outros tantos dos quais não recordo os nomes. Pois na hora de brincar, encarnávamos os personagens e aquele ‘pátio’ virava um grande cenário. Pois bem; precipitando-se sobre o precipício (sim, foi isso mesmo que eu quis dizer), tinha uma grande árvore, em cujo galho nos embalávamos, penduradas, uma de cada vez. Foi numa dessas que a minha vizinha, que brincava sempre comigo e com minha irmã avisou que queria parar de se balançar no galho, mas minha irmã continuou embalando, sem dar-lhe ouvidos. Ela não agüentou mais e soltou-se, rolando, precipício abaixo. Resultado: um braço quebrado e a primeira vez que meu pai bateu em mim e na minha irmã. Fugimos dele, nos escondemos debaixo da cama, e ele pegou a vassoura e batia com ela na gente. Detalhe: ele batia com o lado da palha, portanto, não doeu nadinha. Fingimos chorar. Quando ele saiu do quarto quase morremos de rir.




Brincávamos muito, criávamos milhões de situações, viajávamos nas asas da imaginação. Bons tempos aqueles... Bons tempos idos... Bons tempos...




(30.07.2008 - 15h30min)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Relaxe e goze

*A famosa política, sexóloga, psicóloga, mãe do Supla e do João, ex-apresentadora de TV, ex-esposa do Eduardo Suplicy, ex-ministra, ex-prefeita, ex-mais um montão de coisas, Marta Suplicy, recomendaria que se relaxe e goze, diante da impossibilidade de evitar o que se odeia... Eu, como seguidora dos grandes sábios de toda a História, sigo o conselho dela, é claro.

Já repararam que tem coisas que a gente, apesar de odiar, tem a obrigação de encarar todos os dias, ou mais freqüentemente do que se gostaria? Não? Bem, aí vai uma breve lista de quatro coisas que fazem parte da minha vida, e que não tenho como evitar:

- ACORDAR PELA MANHÃ.
Não, caro leitor, não me refiro a dormir eternamente. Isso seria 'uma espécie' de morte. E acordar 'cedo' é uma tortura insportável. Mas falo de não poder dormir a manhã toda. Ora, eu gosto da noite, produzo mais à noite. Minhas idéias fluem o tempo todo, independente do horário, mas acontece que é à noite que consigo colocá-las no papel, organizá-las com cuidado, sem que ninguém me atrapalhe, sem correr nenhum risco de ser interrompida na parte mais importante de minha produção artística. E tenho paixão pelo sono da manhã. Se eu pudesse, levantaria nunca antes das 13h. Aí sim meu dia poderia começar.

- LAVAR AS GRADES DO FOGÃO.
Ô coisinha desagradável e desconfortável. Chata mesmo, de fazer. Machuca as mãos, se a gente, por acaso, estiver sem luvas. E todos os dias TEM que lavar aquelas porcarias, caso contrário ficam escorregadias, e podem acabar facilitando que as panelas caiam no chão... Além do cheiro, da craca, da gordura, que vai acumulando, caso se resolva, simplesmente, fingir que as tais grades não precisam ser lavadas...

-APANHAR O ÔNIBUS NA HORA DO RUSH.
Ônibus, pra começo de conversa, nunca, absolutamente nunca, é agradável. Tem que ficar no ponto, esperando, esperando, esperando. Se chegas antes, ele atrasa. Se atrasas 2 segundos, ele passou 2 antes. Se chegas na hora, ou esperas muito, ou já perdeste. Nunca dá certo. NUNCA! Pois na hora do rush a coisa piora. Acontece tudo isso e, quando consegues pegar o bichinho, ele está lotado. Gente como tu, trabalhadora, cansada, louca pra chegar em casa, detestando aquele empurra-empurra. Sim, caro leitor, minha cidade é pequena, mas os problemas são muito parecidos com os de cidades grandes. E o pior é que a gente não pode dar um tempo, deixar passar a 'hora' pra pegar o próximo, talvez mais folgado, porque alguém nos espera em casa, porque começa a escurecer (isso na volta para casa, porque na ida para o trabalho não dá mesmo pra evitar o rush, caso contrário, ocorrem atrasos no emprego, desconto no salário, incomodações aos montes), porque, porque, porque...Porque não compro um carro? Porque não tenho dinheiro. O pagamento é facilitado, qualquer um pode comprar um carro hoje em dia? É verdade, mas e a manutenção? E lugar pra estacionar? E o combustível? E a poluição (esse ítem é aqui mesmo, último da fila)?

- TIRAR O PIJAMA E AS PANTUFAS.
Fala sério: pra que vestir outro tipo de roupa e calçado? A gente dorme com aquela roupa quentinha e confortável. Tem que ser assim, caso contrário o sono não fica legal. Ora, porque é que a gente tem que, ao acordar, substituir o conforto pelo jeans? Mas, se chega visita de repente (falta de educação, aliás, partindo-se do princípio de que é de bom tom telefonar, antes de visitar qualquer pessoa), ou não tão de repente, como receber alguém, de pijama e pantufas? Eu quebraria de bom grado essas convenções (e faço isso, de vez em quando), mas, pra evitar que meus pais passem 'vergonha', afinal alguém que anda de pijamas e pantufas o dia todo - ao menos na minha região - é considerado um belo de um vagabundo (no sentido de não querer trabalhar, deixemos claro), acabo dando o braço a torcer e vestindo os famigerados jeans em casa... ai,ai,ai...

E tu, já fizeste tua listinha de quatro coisas que odeias e não tens como evitar? Relaxe e goze...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Socorro! Querem me enriquecer!!!!!!!!!

Já aconteceu antes e vem sendo cada vez mais freqüente. Alguém, em algum lugar do mundo, insiste em me enriquecer. Acontece que eu gosto de ser pobre de nascença e de 'morrença'.
Eu gosto de ter grana na minha conta apenas um dia por mês, o do pagamento. E de ficar curtindo esse dia, como o mais importante da minha vida, porque, no seguinte, não haverá mais nem um tostão na conta, partindo-se do princípio de que as dívidas têm que ser pagas, de uma forma ou outra, cedo ou tarde. Logo, a partir do terceiro dia do mês, minha conta estará mais lisa que sabão. Ô coisa boa!
Eu gosto das insistentes ligações do gerente do meu Banco (meu não, dos outros...), porque ele é a cara do Paulo Ricardo; lembram? aquele que canta "Loiras geladas vêm me consolar..."; esse mesmo! Eu adoro receber as ligações dele, me chamando para vê-lo. Não, não é encontro amoroso, é pra achar uma forma de fechar o rombo mensal que aparece na minha conta (rombo, aliás, maior a cada mês).
Eu gosto de ficar horas na parada de ônibus, todos os dias, de entrar nesses veículos coletivos na hora do 'rush' (sempre quis usar essa palavra, eis a oportunidade), de enfrentar filas intermináveis pra qualquer coisa, porque não tenho amigos influentes, nem conheço o gerente, o dono, o amigo do xerife.
Eu tenho o maior prazer de engolir toda sorte de sapos no trabalho, porque preciso do emprego. E adoro a sensação de abrir o contra-cheques sempre com aquele frio na barriga... todo mês a mesma coisa: rotina segura. Ô coisa boa!
Eu gosto do exercício diário de quebrar a cabeça pra achar um jeito de dar uma vida melhor e mais fácil pra minha filha. De proporcionar a ela todas as oportunidades que eu não tive.
Acho muito divertido entrar no supermercado e procurar as ofertas, olhar todas as vitrines de todas as lojas da cidade e descobrir que não posso ter nada daquilo.
Adoro sonhar com uma televisão gigante, de plasma, enquanto assisto CSI na minha televisãozinha de 20 polegadas, sem controle remoto, com uma antena que precisa de bombril pra funcionar, mesmo assim com um chiado que só vendo. Ô coisa boa!
Depois disso tudo dito, espero que esses que andam por aí, atravancando meu caminho (ops, perdão Quintana), querendo, a todo custo, engordar minha conta bancária, resolver todos os meus problemas, me ver morando em mansão com piscina e comendo caviar rosa, com meu pescoço lindamente ornamentado por um colar de brilhantes raríssimos, desistam de me oferecer tudo isso e escolham outra vítima, digo, outra idiota, digo, outra incauta, quer dizer, outra pessoa, de preferência que ODEIE ser pobre.
Porque eu... EU ADORO SER POBRE DE NASCENÇA E DE MORRENÇA!
(Depois de receber mais um daqueles mails avisando que me foram doados 78milhões de Euros... té parece....)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Carta

Lembra quando nos conhecemos? Eu lembro - parece que fomos amigos de infância, n'outra vida, certamente, porque nessa é que não foi, mas é como se tivéssemos sido de fato. E lembro do quanto me identifiquei contigo, desde o início. Tão inteligente, tu, que passo, até hoje, me deliciando com tuas tiradas, com essa tua sede de pesquisa, de busca, de saber, sem espaço para qualquer forma de cansaço. Não sabes o que é cansaço, quando se trata de 'conhecer'.
A primeira vez que nos falamos, estavas em Brasília. Também foi a primeira (e única) vez que disseste que te roubei a alma. Na ocasião não te contei, mas, no lugar da tua, deixei a minha. O frio que sentias era só pq a minha não era tão grande, a ponto de te preencher por inteiro. O espaço que faltava é que te provocava aquele tremor tão intenso. Ah, eu teria dado o meu dedo minguinho, à la Lula, só pra ver a cara do recepcionista ao ouvir minha voz. Parece que estou vendo os pensamentos dele, em letras garrafais, neon vermelho: "São horas de ligar pra alguém?" Brasília, naqueles dias, teve cheiro de MAR...
E quando pegaste no sono, bem na minha frente, eu falando e falando e falando e falando e falando, sem parar? Ah, não foi uma, nem duas vezes. É característica tua, particular (espero, sinceramente, que seja, já que o fato nunca tinha acontecido com ninguém antes de ti... se bem que... depois... ah, deixa pra lá...).
E fui apaixonada por ti. E houve um tempo em que o que te circundava teve uma importância enorme. E houve um tempo em que o que te circundava não tinha a menor importância aos meus olhos. E nos desentendemos diversas vezes. E já fui estúpida contigo. E já me incomodaste bastante. E já desejei que desaparecesses. E tenho certeza de que nunca desejaste o mesmo pra mim. E já rimos tanto juntos, que só de lembrar tenho ataques de riso. E já fomos um do outro, como nos foi permitido ser. E gastamos horas a discutir nossos sonhos.
Tu sabes da minha vida. Tu sabes dos meus problemas. Tu sabes das minhas dores. Eu sei de algumas tuas. Não todas. Principalmente essas últimas, das quais me poupas. Não precisa, mas fazes.
E marcas tua presença até hoje. Não me deixas esquecer que existes, mas eu não queria mesmo. E me ensinas mais tolerância, mais humildade, mais decência.
Não sei mais contar o tempo. Não sei quantos anos, nem meses, nem dias, nem horas, minutos ou milésimos de segundos que entraste na minha vida, pra ficar. Quem se importa com o tempo, quando se sabe que é pra sempre?
Obrigada por um dia teres escolhido estar na minha vida, de um jeito ou de outro, perto ou distante, com hiatos ou não, independente dos 'outros', sejam eles quem forem.
Obrigada por estares sempre disposto a me ouvir, por marcares presença, por me dares o prazer da tua companhia, ainda que seja rápida. Por gastares horas da tua vida ouvindo as minhas bobagens. Por dividires comigo teus insights. Por me ensinares tanto. Por seres essa pessoa maravilhosa que és. E por não precisares que eu te diga nada disso, porque sabes o que eu sinto. Obrigada pela tua lucidez. Pela tua coerência. Pela permanência. Pelo baita cara que eu tive a sorte de SABER.
"O MAR, quando quebra na praia, é bonito... é bonito..." (Dorival Caimmi)
16.07.2008 - 16h15min
(Vai que eu ganho. Dispenso o troféu. Prefiro a leiteira...rs)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Não dá mais? Dá, sim

De vez em quando, a vida passa uma rasteira na gente, só pra mostrar quem é que manda.
Vem um susto, vem uma conta de telefone astronômica, vêm os astros e dizem que o homem da tua vida é gay, vem o vizinho e espalha maldizeres a teu respeito, vem alguém que pensa que pode te enrolar fácil, vem uma lista interminável de problemas, de A a Z, todos com requintes de maldade extrema, pra cima de ti. Pois esta é a vida, querendo te passar uma rasteira.
De repente, todas as notícias envolvem desastres, desgostos, insultos, medos, métodos, trancas, papéis picados e queimados pra ninguém saber o que havia escrito neles, resultados de exames nem um pouco animadores e, pior, a incapacidade de distinguir quem é do bem e quem é do mal. Ai, que dor de cabeça! (Olha aí, mais um problema pra listinha já longa...).
Porém, nem tudo estará perdido, se te agarrares à única coisa boa que te resta na vida: a própria vida, oras! Ainda que doa, ainda que seja difícil, ainda que a solidão te devore e que os instintos todos te gritem que NÃO DÁ MAIS! Dá, sim!
Alguns dizem que rir é o melhor remédio, outros preferem beber, e outros, ainda, escolhem enfiar a cabeça no buraco mais próximo e nunca mais tirá-la de lá. Fico com a primeira opção. Eu rio. E rio porque esse rio leva a tristeza e a preocupação por água abaixo. Eu rio porque esse rio não me exime dos problemas que chovem sobre mim, mas a força da água me dá energia pra enfrentá-los. Eu rio porque sei que apesar de tudo, tudo se ajeita um dia, principalmente se eu fizer a minha parte. Eu rio porque o som da minha risada diminui o barulho das rajadas de metralhadoras e fuzis que vêm de outras cidades, que parecem distantes de mim, mas é lá onde moram meus semelhantes.
Eu rio porque morrer de rir é melhor que morrer de bala perdida (ou bem endereçada), a menos que seja um Halls....

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Palavra

Palavra é asa. Depois de proferida, voa e assume outras formas. Vira exatamente o oposto do que foi dito inicialmente. Vira magia ou sentença, dependendo de quem a cace, de quem a pesque, de quem a acenda.
Palavra é entendida além do significado estreitante. Tem mil sentidos, dependendo de quem a ouve, dependendo de quem a lê. Depois de plantada na folha, ai!, que dor que dá na gente, ver a palavra crescer e partir pra vida dela. A própria vida, independente de nós, seus primeiros sopradores.
As dores, as delícias, os sabores, tudo isso a palavra carrega consigo. Carrega inclusive os silêncios... shhhhhh....
Palavra é maldita até quando não nasceu pra ser. E assume ares de santa quando dita na hora exata, inda que seja na cama de um parceiro que nem se conhece, que mal se vê. Mas é bendita, então. Bem dita.
Palavra é religião. É sonho desfeito. É descrição de coisa séria ou engraçada. É companhia. É companheira. É salvação.
Palavra é coisa rara. Às vezes é manca, rasa, outras vezes é falsa, rasa, e outras tantas é copiada de terceiros, porque os primeiros não tiveram capacidade de dizer. Foram rasos. Voaram raso. Rastrearam a a palavra do outro. Rasuraram palavra alheia.
Palavra é invento sagrado. É pensamento concreto. É presente embrulhado em papel amassado, mil vezes lido, decorado. Palavra é o que não se deve prever. Porque, quando se diz, ela ganha asas, voa, e vira exatamente o oposto do que se pretendeu dizer...


Aos 35 minutos do dia 03.07.2008
*Porque a gente entende só o que quer entender... Ainda que o outro não tenha dito nada daquilo... A palavra tem asas... Deve ser...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Linda!

Louca de pressa, ia quase saindo do supermercado, quando vi uma folhagem linda, à venda. Não resisti e parei pra olhar mais de perto.
Vocês não sabem, caros leitores, mas tenho mania de cantar e de falar sozinha, na rua... Não é exatamente sozinha. Falo comigo mesma. Penso alto, não sei, mas já foi o tempo em que me preocupava com o que os outros poderiam julgar de mim. Eu mesma, ao ver alguém falando sozinha, na rua, considerava, antigamente, que a pessoa era louca. Agora chegou a minha vez. E talvez eu não me importe, justamente por que sei O QUE as pessoas estão pensando. E estão certas. Eu sou louca mesmo, e daí?
Pois parei pra olhar a folhagem mais de perto, como eu ia dizendo, e em voz alta, exclamei:
-Nossa! Que linda!
Não vi que um desconhecido parara ao meu lado, senão quando o ouvi dizer:
-Linda!
Olhei pra ele. Teria, no máximo, 30 anos, talvez menos. Interessante. Estava tão perto que eu podia sentir-lhe o perfume. Sorri, e respondi:
-Pois é, e olha que coisa curiosa, eu estou morrendo de pressa, não poderia estar aqui parada, tenho mil coisas pra fazer e a beleza dessa planta me plantou aqui.
E ele:
-Não. Eu não estava falando da planta. Falava de ti.
Corei. Agradeci e fui embora. A vida segue...
No caminho, ri (falo sozinha, ouço música e canto, sozinha, rio sozinha também...), considerando aquela observação não como uma cantada, mas como um agradável comentário, que veio alegrar o meu dia corrido. Que bom. Ainda há homens delicados nesse mundo, que te oferecem uma taça de sorrisos, de vez em quando.
Louca de pressa, segui a vida, que não espera por ninguém...