domingo, 18 de maio de 2008

Perguntas e respostas

Para 'Cabelinho' , com quem tenho aprendido
a ser cada vez mais perguntadeira...rs
As perguntas sempre martelaram e continuarão martelando na minha cabeça. Se fossem martelos de verdade, eu já estaria mortinha da silva, há muitos anos; sequer teria passado da infância! No entanto, cá estou eu, perguntadeira incorrigível.
Acontece que enfrento uma luta diária: minhas perguntas não aceitam qualquer resposta. Simples, guardam nelas um desejo de aprofundamento tão sério que, por vezes, me mete medo.
Quero saber tudo, mas quero, principalmente, perguntar e, com minhas perguntas, desacomodar a mim mesma. Preciso do movimento interior. Desse desassossego intenso e permanente, pra entender a vida e todas as suas complicadas relações.
Quero saber tudo. Porque as pessoas se sentem tão atraídas por notícias que relatam desgraças? Qual é a força que tem o sofrimento do outro, sobre aquele que acompanha o desenrolar de uma tragédia com tamanho interesse? As boas notícias não deveriam fazer bem? Quem se alimenta de sangue é vampiro ou assíduo acompanhante dos passos do mal? Ou talvez seja alguém que não tem nada de bom na vida, restando-lhe apenas o mal para nutrir-se dele? Porque é mais fácil emocionar-se com quem está longe, que com o vizinho de porta? Ou a própria família? Chorar dói menos que rir? É por isso que reza a lenda que o palhaço, quando não está no picadeiro, chora o tempo inteiro? Perguntas, perguntas, perguntas...
O aprofundamento das questões só produz outras perguntas. Nenhuma resposta, ainda que baseada firmemente em evidências, e provada, portanto, cientificamente, jamais será definitiva.
Acredito na construção diária, ainda que mínima. Afinal, o que parece mínimo pode ser o núcleo, mesmo, da questão (ou da resposta?).
Os pontos de interrogação andam comigo. Faço-os de leque, de bengala, de agasalho, de patinete. E às vezes provocam muita dor de cabeça. Enxaquecas terríveis, não queiram saber.
No entanto, cá estou eu, uma perguntadeira incorrigível.
Até que a morte me roube a resposta final.