terça-feira, 1 de julho de 2008

Linda!

Louca de pressa, ia quase saindo do supermercado, quando vi uma folhagem linda, à venda. Não resisti e parei pra olhar mais de perto.
Vocês não sabem, caros leitores, mas tenho mania de cantar e de falar sozinha, na rua... Não é exatamente sozinha. Falo comigo mesma. Penso alto, não sei, mas já foi o tempo em que me preocupava com o que os outros poderiam julgar de mim. Eu mesma, ao ver alguém falando sozinha, na rua, considerava, antigamente, que a pessoa era louca. Agora chegou a minha vez. E talvez eu não me importe, justamente por que sei O QUE as pessoas estão pensando. E estão certas. Eu sou louca mesmo, e daí?
Pois parei pra olhar a folhagem mais de perto, como eu ia dizendo, e em voz alta, exclamei:
-Nossa! Que linda!
Não vi que um desconhecido parara ao meu lado, senão quando o ouvi dizer:
-Linda!
Olhei pra ele. Teria, no máximo, 30 anos, talvez menos. Interessante. Estava tão perto que eu podia sentir-lhe o perfume. Sorri, e respondi:
-Pois é, e olha que coisa curiosa, eu estou morrendo de pressa, não poderia estar aqui parada, tenho mil coisas pra fazer e a beleza dessa planta me plantou aqui.
E ele:
-Não. Eu não estava falando da planta. Falava de ti.
Corei. Agradeci e fui embora. A vida segue...
No caminho, ri (falo sozinha, ouço música e canto, sozinha, rio sozinha também...), considerando aquela observação não como uma cantada, mas como um agradável comentário, que veio alegrar o meu dia corrido. Que bom. Ainda há homens delicados nesse mundo, que te oferecem uma taça de sorrisos, de vez em quando.
Louca de pressa, segui a vida, que não espera por ninguém...