quarta-feira, 9 de julho de 2008

Não dá mais? Dá, sim

De vez em quando, a vida passa uma rasteira na gente, só pra mostrar quem é que manda.
Vem um susto, vem uma conta de telefone astronômica, vêm os astros e dizem que o homem da tua vida é gay, vem o vizinho e espalha maldizeres a teu respeito, vem alguém que pensa que pode te enrolar fácil, vem uma lista interminável de problemas, de A a Z, todos com requintes de maldade extrema, pra cima de ti. Pois esta é a vida, querendo te passar uma rasteira.
De repente, todas as notícias envolvem desastres, desgostos, insultos, medos, métodos, trancas, papéis picados e queimados pra ninguém saber o que havia escrito neles, resultados de exames nem um pouco animadores e, pior, a incapacidade de distinguir quem é do bem e quem é do mal. Ai, que dor de cabeça! (Olha aí, mais um problema pra listinha já longa...).
Porém, nem tudo estará perdido, se te agarrares à única coisa boa que te resta na vida: a própria vida, oras! Ainda que doa, ainda que seja difícil, ainda que a solidão te devore e que os instintos todos te gritem que NÃO DÁ MAIS! Dá, sim!
Alguns dizem que rir é o melhor remédio, outros preferem beber, e outros, ainda, escolhem enfiar a cabeça no buraco mais próximo e nunca mais tirá-la de lá. Fico com a primeira opção. Eu rio. E rio porque esse rio leva a tristeza e a preocupação por água abaixo. Eu rio porque esse rio não me exime dos problemas que chovem sobre mim, mas a força da água me dá energia pra enfrentá-los. Eu rio porque sei que apesar de tudo, tudo se ajeita um dia, principalmente se eu fizer a minha parte. Eu rio porque o som da minha risada diminui o barulho das rajadas de metralhadoras e fuzis que vêm de outras cidades, que parecem distantes de mim, mas é lá onde moram meus semelhantes.
Eu rio porque morrer de rir é melhor que morrer de bala perdida (ou bem endereçada), a menos que seja um Halls....