sábado, 16 de junho de 2012

De peixes e cotas e bolsas

Sou a favor do programa de minha autoria: "Pesque seu próprio peixe". A base do programa é muito simples, e atende a população de baixa renda (a mesma que, hoje, recebe o peixe fritinho - ou como escolher -, na mesa posta, com velas e flores e, pra fechar com chave de ouro, um garçom, devidamente fraqueado): suas necessidades básicas serão atendidas, sim, desde que haja a contrapartida. Nada de bolsa disso, daquilo e daquele outro, ou cota pra isso, aquilo ou aquele outro, ou coisas que o valham, de mão beijada.
Todo o mundo tem algo a oferecer e, em não o tendo, que haja, no mínimo, a disposição de aprender um ofício. Aprendizado, este, também pago, com força de trabalho.
Chega de paternalismo. O que não custa nada, nada vale. Que as pessoas entendam que é preciso um mínimo de interesse e de força de vontade para viver com dignidade. Essa mesma dignidade, a meu ver, passa ao largo  do peixe pescado com o suor do rosto de terceiros.
Que o suor seja o de quem precisa mesmo, para perceberem o quanto ele é salgado.
Sem varas de pesca distribuídas a rodo. Vamos ensinar a fazer a vara, a catar a minhoca, a ter as atitudes certas na hora da pesca, a buscar o lugar exato onde estão os peixes, a ter paciência para esperar que eles mordam a isca, puxar da água, tirar do anzol, limpar, temperar, cozinhar e comer com satisfação, sabendo o quanto foi precioso todo o processo. 
Pesque seu próprio peixe e coma mais feliz, sem dever nenhum favor a ninguém, nem ser o coitadinho da nação.

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