quinta-feira, 14 de junho de 2012

No meio do meu caminho

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No caminho de Drummond havia uma pedra. No de Nietzsche, um super homem. No de Pessoa, lírios. Bem no meio do meu caminho, existe uma surpresa indizível. Daquelas que qualquer palavra não alcança. É preciso inventar alguma, que apenas roce na importância do que encontrei, bem no meio do meu caminho. 
Interessante como as coisas nos vem... e nos veem... e de repente ficam claras, luz em dia de sol, e nos abraçam de tal forma que fica impossível negar-lhes a existência. Mas eu nem quero negar-te a minha, muito menos negar a tua, surpresa bendita.
Eu quero é bendizer o dia em que, subitamente, os nossos olhos encontraram o caminho, um do outro, e não se perderam de vista mais.
Os caminhos nos trazem, é certo, nem sempre bons presságios, ou fontes das quais devamos beber, mas a pedra de Drummond e os lírios de Pessoa viraram poesia. O super homem de Nietzsche, filosofia. E tu...
Ah... tua chegada, no meio do meu caminho, me deixou muda, nua e indecente. 
Tua chegada arrancou-me as presas, no instante mesmo em que teu esforço de estar, eu senti.
Tua chegada aninhou-me cuidados e loucuras. Abriu-me o corpo, a alma e o coração, que jazia, enterrado na curva do rio. Recolheu-me os sonhos, e morou neles. 
No meio do meu caminho, a tua vinda e o teu jeito de rir. Beleza impossível de conseguir, tão lindamente conseguida. 
No meio do meu caminho, a tua potente luz, que era tudo o que minha fome queria.



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